26 de jun. de 2014


♪♫ Last Forever por Fenech Soler

Polo: Brechó Reinvenção | Calça: Renner | Óculos: Ray Ban | Mocassim: Haufën




É chique ou não é?

A temporada de moda masculina internacional continua, Paris acabou de desfilar seus primeiros estilistas, mas não dá pra ficar indiferente ao que foi apresentado até aqui; os bureaus de tendências foram bem diretos ao se tratar do que os rapazes vão calçar na próxima temporada, a de primavera/verão 2015, no caso. Pra quem não tem conhecimento, empresas como a WGSN ou a Style Sight são responsáveis por disseminar ideias e direções para as marcas, em todas as estações, tudo baseado em pesquisas aprofundadas de moda, arte e cultura ao redor do globo. 

Falar desses desfiles e não comentar a profusão de sandálias de dedo nos pés dos rapazes é quase uma loucura. A cada nova apresentação, uma nova chinelinha surgia na passarela, fixando a proposta do conforto cool. É certo que nas ruas a “tendência” já tinha ganhado força faz tempo, provando mais uma vez que o street é, atualmente, um dos maiores influenciadores da passarela. 

O caminho é misturar o melhor da alfaiataria com o frescor das sandálias. Cada estilista com o seu modelo, mas sempre com dedinhos de fora. Nem mesmo grifes como Prada ou Dolce & Gabbana, que costumam se desvencilhar de propostas em comum em busca de outras possibilidades, se renderam ao mood do verão. Aqui no Brasil esse tipo de calçado foi usado aos montes nos anos 80 e 90 sob o domínio fashion da Rider. Esse é o momento de tirar a peça do fundo do baú e aproveitar o estilo que ela representa. O Homem e a Moda curte muito, tanto que listou as marcas que desfilaram (até agora) as chinelas com fotos corridas, pra você ter noção da grandiosidade da proposta. ; )

Dolce & Gabbana + Dsquared 2

Fendi + Frankie Morello

Giorgio Armani + Iceberg

Missoni + MSGM

Nº 21 + Philipp Plein

Prada + Richard Nicoll

Salvatore Ferragamo + Versace + Vivienne Westwood

Agi sam + Andrea Incontri + DKNY

13 de jun. de 2014


Backstage do desfile de David Lee, no Dragão Fashion Brasil 2014

Estava aqui raciocinando a respeito de estilo, sobre a efemeridade dele na nossa vida. Particularmente tive uma série de mudanças no meu estilo pessoal durante os anos, até chegar onde estou agora, onde me sinto confortável com o que eu visto, sem amarras de quem é vítima da moda ou a mercê de grifes caras. Foi um longo processo de experiências estéticas que culminaram em uma personalidade, sei lá, personalidade fashion. Mas porque eu tô falando disso nesse momento? Ando percebendo que essa evolução maravilhosa dos homens na moda está indo pro caminho errado. Existe uma falta de personalidade absurda nas vestimentas atuais e uma padronagem masculina nunca vista antes, principalmente se tratando dos "veículos de comunicação". 

 Se você olhar bem alguns blogs de moda masculina que fazem sucesso, eles são feitos basicamente pelos mesmos rapazes, com as mesmas roupas e uma vontade enorme de criar uma imagem falsa de riqueza, poder e ostentação. Foi-se o tempo que ter um blog de moda era algo interessante pra servir de inspiração pra outras pessoas. O negócio agora é ganhar dinheiro, ser chamado pra eventos, colocar um blazer Hugo Boss e receber avalanches de sacolas de roupas em casa. Se sustentar tendo um blog é o ideal de vida. Porque o fulano pode e eu não? Vamo tentar. 

 Sem falar do conteúdo... Genérico, vendido. Tentando mascarar que a moda masculina anda as mil maravilhas no Brasil. Sei... Eu, que convivo e tenho conhecimento de designers locais, que tentam um lugar ao sol nesse mundo, conheço bem as dificuldades de fixar um nome. Fico morto de feliz quando um David Lee ou um Cacau Franciso emplacam um desfile em um grande evento. Pense num lance legal! 

 Tô voltando a postar, exatamente por essa minha inquietação em relação ao que os homens encontram na internet, a falta de conteúdo direcionando e as falsas inspirações que tem por aí. Desde o começo do “O Homem e a Moda” eu levo a sério esse negócio de levar informação, sem restrições. Aí você me pergunta: mas vai querer ganhar dinheiro com o blog? Definitivamente sim. Mas só coloco nesse espaço o que realmente for relevante pro meu público. Esse blog foi o lugar onde eu ganhei visibilidade e me encontrei nesse universo maluco da mUÓda. É tipo um filho, que, cedo ou tarde, volta. E volta com vontade.

+ Instagram @lucasmagnoss


Pop experimental ou indie eletrônico... Chame como quiser.

Quem me conhece bem sabe que, se eu não trabalhasse com moda, acabaria enveredando pelo caminho musical, não o de fazer, mas o de falar sobre música. Além de me achar um ótimo crítico gastronômico (principalmente quando se fala em comer bem pagando pouco), também juro que sei escrever sobre música... Descobrir ou redescobrir coisas novas é obrigação diária pra mim, e consigo sempre me surpreender. 

Nas últimas semanas eu tenho escutado muito uma banda dinamarquesa que me pegou de jeito (Valeu Rennanzinho, essa foi tu que me apresentou e o crédito também é teu): WhoMadeWho, originária de Compenhague, lugar que tem contribuído um bocado pro cenário indie contemporâneo. A banda faz algo parecido com um pop experimental, nada extremamente conceitual ou difícil de digerir, mas apetitoso pros dias sem nada pra fazer (coloca WhoMadeWho pra tocar, faz um chá e apenas curte a vibe). Quando eu falo pop e eletrônico, não digo música pra balada não, os rapazes são mais chegados numa atmosfera etérea (lembra até algumas faixas do Miike Snow e Foals) e meio melódica. “Dreams”, a música que abre o CD (que tem “Dreams” também no título) é a prova desse caminho, inclusive com um clipe todo trabalhado nesse lance meio hipnótico de ser. “Right Track”, “The Morning” e “Heads Above” também são destaques do álbum, recém-lançado de forma tímida. 

Pra quem gosta de música com energia, boa produção e até uma pegada levemente retrô, WhoMadeWho é uma opção bem válida. Lembrando que o trio dinamarquês nasceu em 2003 e tem mais quatro discos no currículo, tão bons quanto “Dreams”. Escuta aí, vai! ; )